São Paulo, março de 2018 – A partir do outono a demanda nos consultórios (principalmente de pediatras e otorrinos) e pronto-atendimentos dobra, pois aumentam os casos de infecções respiratórias e pioram os quadros alérgicos em decorrência do tempo seco e da poluição.

A má qualidade do ar torna adultos e crianças mais suscetíveis às infecções e crises alérgicas e embora população e governos devam buscar soluções para resolver a questão ambiental como um imperativo para melhorarmos a saúde, há atitudes que podem melhorar o bem estar e evitar doenças, que estão mais à mão da população. Uma delas é manter-se hidratado. Tomar água não vai simplesmente apagar os danos da secura do ar, mas pode melhorar muito, por ajudar a manter a mucosa das vias respiratórias hidratada.

Usar o soro fisiológico para lavar as narinas também – lembre-se que, após aberto, o frasco deve ser mantido bem fechado e na geladeira para evitar a contaminação e já existem no mercado soluções em embalagens estéreis – pois esse hábito ajuda a eliminar germes e substâncias nocivas e evita que a secreção fique espessa e se acumule, estando mais sujeita à infecção por bactérias. Outro hábito que parece banal, mas garante a diminuição na propagação de muitas doenças é lavar sempre as mãos.

Outra dica é manter umidificadores nos ambientes (que podem ser substituídos por toalhas úmidas ou bacias com água) quando a umidade do ar estiver muito baixa.

E pra quem já está resfriado?

A maioria das infecções respiratórias são virais (98% das rinossinusites são causadas por vírus), então o que deve-se fazer é cuidar para que o quadro não se complique. Estar já doente facilita o contágio por bactérias que podem causar sinusite, otite e pneumonia. Além de manter os hábitos já descritos acima, fazer inalação nas crianças (apenas com soro fisiológico) evita essas complicações.

Ir pra farmácia e se abastecer com medicamentos?

Muito cuidado com a automedicação. Segundo Dr. Fabrizio Romano, otorrinolaringologista do Hospital Moriah, em São Paulo, a chance de efeitos colaterais é grande, especialmente para as crianças, que adoecem, em média, 6 a 8 vezes no ano. “Deve-se avaliar os riscos e só tomar as medicações quando realmente necessário, de acordo com a orientação médica” esclarece.

• Antigripais, anticongestionantes e antialérgicos – disponíveis em larga escala nas seções de venda livre das drogarias, essas medicações podem causar efeitos indesejados como sonolência, insônia e acabam ressecando a secreção nasal, aumentando as chances de infecção bacteriana;

• Remédios bronco-dilatadores, se usados indiscriminadamente podem elevar o risco cardíaco;

• Drogas à base de corticoides se usadas por muito tempo comprometem o crescimento das crianças e podem levar os adultos a desenvolver pressão alta, aumento da glicemia, acne, obesidade e catarata;

• Antibióticos, usados sem prescrição, provavelmente não surtirão nenhum efeito, já que a maioria das infecções é viral e seu uso continuado leva a diminuir os efeitos da droga contra bactérias, quando o paciente necessitar (apesar disso, nos serviços médicos é comum que o paciente saia com uma receita em cerca de 80% dos casos de sinusites, e apenas cerca de 2% das sinusites são bacterianas e tem indicação para esse tipo de remédio);
vitamina C – não protege e nem combate gripes, resfriados e outras infecções virais ou bacterianas, então seu uso, com essa finalidade, é inócuo.

O que fazer então?

Tornar a limpeza das narinas com soro um hábito, assim como lavar as mãos várias vezes ao dia, ter uma alimentação e hidratação adequadas e evitar aglomerações sem ventilação são os conselhos do Dr. Fabrizio para passarmos pela estação saudáveis. Mas, em caso de infecção, acrescente a isso o descanso. “Para melhorar a imunidade é necessário o repouso. Deve-se recorrer ao médico quando o quadro parece mais grave, com mais que três dias de duração, falta de ar, indisposição acentuada, febre acima de 39 graus ou dor muito intensa, alerta Dr. Fabrizio.

Confira abaixo as dicas que ele deu no programa Fala Brasil:


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