Já são 15 anos desde que um grupo de rapazes lançou o Movember na Austrália. Dali pra cá, vários países, incluindo o Brasil, mobilizam todo o mês de novembro com campanhas visando a saúde do homem, mas, principalmente, a detecção precoce do câncer de próstata.

Por mais que estejamos bem acostumados a todas essas campanhas, ainda temos um número alto de óbitos. E talvez isso signifique que as campanhas não atingem plenamente a sociedade.

Há ainda um fundo jocoso e muito preconceito com relação ao exame de toque retal, que é o principal método (e mais rápido e barato) para detecção precoce do câncer de próstata. Enquanto que o exame de sangue para detecção do PSA, mesmo com um custo baixo e fácil acesso, tampouco se tornou muito popular. Apesar de não ser uma alternativa ao toque retal, os exames se complementam. Os níveis de PSA (substância produzida somente pelas células da próstata) se mostram aumentados em um exame de sangue quando há um tumor maligno na próstata.

De acordo com a American Cancer Society, homens em geral devem começar os exames preventivos a partir dos 50 anos. Homens negros apresentam maior risco para a doença, então começam os exames aos 45, mas homens com casos na família antes dos 65 anos devem fazer seus exames a partir dos 40 anos. A periodicidade desse screaning deve ser estabelecida pelo médico urologista, para cada individuo, de acordo com seu histórico.

Hoje, o arsenal de tratamentos é muito vasto, mas a cirurgia de total remoção da próstata, chamada prostatectomia, é ainda o método mais eficaz na cura da doença, principalmente em tumores detectados ainda no início.

Um em cada sete homens terão câncer de próstata e as novas gerações já estão conscientes disso e derrubando os tabus. Sabem que quanto mais cedo descobrir as características da doença, melhor. 20% dos casos são de tumores muito agressivos, que podem se espalhar rapidamente pelo corpo. E, por outro lado, bom mesmo é saber que 30% dos cânceres de próstata são pouco agressivos, não levando à cirurgia ou à radioterapia. Esses pacientes são submetidos à vigilância ativa e fazem exames periódicos para acompanhar a evolução (ou não) da doença.

Sempre alguém pergunta “mas como evitar o câncer”. Embora a maioria dos tipos de câncer de próstata não seja “evitável”, vale a regra para toda doença oncológica: dieta pobre em gorduras, peso ideal, atividade física. E no caso da próstata, o licopeno, presente no tomate e na goiaba, entre outros, já se mostrou bastante protetor.

E, de boa notícia, dois estudos publicados na revista European Urology, um publicado em maio e outro de 2016, sugerem que as ejaculações seriam protetoras contra a doença. Ou seja, homens que ejaculam mais na vida adulta (podendo inferir mais relações sexuais), teriam menor chance de desenvolver câncer. No mais recente, um grupo de mais de 30 mil homens foi acompanhado por 12 anos e os pesquisadores identificaram processos biológicos que podem associar maior frequência de ejaculações ao longo da vida com menor taxa de incidência do câncer de próstata.


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