Artroplastia do quadril, que é um dos procedimentos ortopédicos mais realizados no país é mais realizado em mulheres

A artroplastia do quadril é um dos procedimentos ortopédicos mais realizados no país e um dos mais bem sucedidos da medicina com altas taxas de sucesso. É mais comumente realizado em pacientes com mais de 60 anos, sendo um pouco mais frequente em mulheres.

O sucesso de um procedimento cirúrgico, principalmente na ortopedia, envolve mais do que a cirurgia em si e a habilidade do cirurgião. O comprometimento do paciente e seus cuidadores tem fator preponderante na reabilitação e pode garantir, ou não, que a mobilidade volte a ser a mesma de outrora.

Só nos Estados Unidos são feitas 300 mil cirurgias de colocação de prótese no quadril por ano. Claro que a cirurgia pode acontecer por acometimentos variados como as lesões de esforço repetitivo, comuns em esportistas e que atingem pessoas ainda na casa dos 30, mas o maior contingente de pacientes está no grupo após os 60 anos.

A artrose atinge cerca de 10 milhões de pessoas no Brasil e segundo a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, 20% dos adultos a partir dos 30 anos já sofrem com a doença.

No Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), a artrose é o terceiro motivo de afastamento do trabalho e apesar de ser uma doença causada por fatores variados e que se somam (a artrose possui mais de 50 causas), a obesidade é uma vilã, além do excesso de exercícios físicos que são a raiz de 45% dos casos.

Envelhecimento também leva à cirurgia

Além da artrose, que é a degeneração das cartilagens e alterações ósseas em decorrência do envelhecimento, as fraturas de quadril são também mais comuns na terceira idade. E, mais de 70% dos pacientes neste caso são mulheres. A principal causa é a osteoporose que enfraquece os ossos, por ocasião da menopausa.

E uma pesquisa canadense publicada em fevereiro alertou para o fato que são justamente as mulheres que recebem menos cuidados durante e após a hospitalização e também menos consultas do anestesista antes da cirurgia. Esses são cuidados essenciais para a garantia do sucesso do procedimento e para a mobilização da paciente após.

De forma geral, seja pelo acometimento da artrose ou por traumas, idosos que recebem esses cuidados geriátricos, quando hospitalizados, têm alta mais cedo e menos mortalidade após a alta.

O estudo acompanhou 22.661 pacientes por dois anos, sendo que 71,3% eram mulheres. No total, 8% das mulheres receberam cuidados geriátricos comparado com 10% dos homens.

Para o cirurgião ortopedista Marco Aurélio Neves são esses cuidados antes, durante e após a cirurgia que garantem que o paciente volte a andar rapidamente. “É muito importante o comprometimento de todos: paciente, equipe e familiares. Primeiro, que o paciente tem que estar ciente de tudo o que vai acontecer com ele e como ele tem que se comportar para o sucesso da sua cirurgia.”

O papel da família e cuidadores também é fundamental na reabilitação. “Anos atrás, o paciente só tinha alta com quatro dias de hospitalização. Agora, ele recebe alta em 24 horas, já andando. Dar segurança ao paciente e estimulá-lo com a fisioterapia é papel também dos cuidadores” afirma o ortopedista.


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