Mais de 28 milhões de cirurgias foram postergadas ou canceladas no mundo em decorrência da Covid-19. Mulheres com cânceres ginecológicos ou outras doenças que causam dor devem buscar ajuda, apesar da pandemia

No Brasil, tanto a ANS (Agencia Nacional de Saúde), como a ANVISA (Agencia Nacional de Vigilância Sanitária) orientaram o adiamento das cirurgias eletivas e não essenciais, tendo um impacto considerável no número de procedimentos cirúrgicos, com diminuição de 33,4% neste período no Brasil.

No entanto, algumas mulheres necessitam de tratamento para várias doenças ginecológicas, algumas das quais não podem ser adiadas. Recentemente, artigo¹ publicado na Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia reflete sobre a necessidade de orientar as mulheres a procurarem os serviços médicos para dar continuidade aos seus diagnósticos ou tratamentos para seus problemas ginecológicos.

Grande parte desses problemas, como miomas e endometriose, causam dor incapacitante, o que leva a dias de trabalho perdidos, perda da qualidade de vida e possível agravamento da condição clínica, levando, em alguns casos, até a perda da capacidade de engravidar.

Todos esses fatores, aliados às condições já impostas pela pandemia, podem levar as mulheres à depressão também.

Por isso a necessidade de retomar os tratamentos ginecológicos, mesmo durante a pandemia. As mulheres devem procurar seus ginecologistas para o atendimento, via telemedicina, ou pessoalmente, para avaliar o quão urgente pode ser a cirurgia em cada caso. No caso da cirurgia ser necessária, ela pode ser realizada com toda a segurança e, em boa parte dos procedimentos, a alta acontece por volta de 24 horas, minimizando a exposição.

Para o coordenador do Serviço de Ginecologia do Moriah, Dr. Mariano Tamura “as cirurgias da cavidade abdominal e as de via vaginal oferecem menor risco de contaminação, comparadas às de cabeça e pescoço, entretanto ainda pode acontecer contágio, por isso as equipes precisam estar seguras, com EPIs adequados. Temos em nosso favor procedimentos como a embolização de miomas e a cirurgia robótica, que também diminuem o tempo da paciente no hospital”.

O Moriah criou um fluxo de separação total de casos Covid-19 do restante dos pacientes do Hospital, evitando assim a contaminação cruzada. Os pacientes, desde a internação, encaminhamento para o quarto e percurso para o centro cirúrgico não “entram” no fluxo usado para o atendimento, diagnóstico e internação dos pacientes contaminados pelo coronavírus.

Com o novo protocolo de segurança, os pacientes fazem a coleta do exame PCR-RT antes da internação e há o acompanhamento por 15 dias após a alta para checagem de sintomas. No Centro Cirúrgico, toda a equipe trabalha devidamente paramentada, com os equipamentos de segurança adequados a sua proteção contra o coronavírus.

Este ano, mais de 500 cirurgias foram realizadas no Moriah sem nenhum caso de contaminação.

  1. Gynecological surgery and Covid19: what is the impact and how should I manage it? – Rev. Bras. de Ginecol. Obstet. Vol. 42 – no. 7/2020

 


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