A chegada ao Brasil de duas técnicas minimamente invasivas para a hiperplasia prostática benigna (HPB) pode ser uma alternativa para o tratamento da doença em sua fase inicial e em homens jovens, por preservar a ejaculação

Intermediário entre o tratamento medicamentoso e as técnicas cirúrgicas, o uso dessas alternativas pode beneficiar aqueles pacientes que começaram com os sintomas da doença e acabam não se dando bem com as medicações, principalmente pelos efeitos colaterais, mas também não são ainda indicados à cirurgia ou não querem perder a função ejaculatória.

O iTindR e o UroLiftR são dois procedimentos com características semelhantes e que proporcionam os benefícios de uma intervenção minimamente invasiva, ou seja, uma internação de algumas horas, procedimento feito sob sedação e retorno rápido às atividades diárias.Ambos são indicados para o início da doença ou para aqueles pacientes que não desenvolveram complicações mais acentuadas. Por não haver remoção de tecido prostático, a função sexual é preservada, inclusive a ejaculação, o que torna os procedimentos ideais para os homens que ainda têm desejo de ter filhos.No procedimento usando o iTindR, há uma “remodelação” da uretra prostática por meio de um dispositivo semelhante a um stent que fica por sete dias e depois é removido. Esse dispositivo abre o canal da próstata e o resultado é a interrupção da urgência para urinar e a volta do fluxo urinário normal.Já o UroLiftR usa pequenos grampos que abrem o canal da próstata, gerando o mesmo efeito do procedimento anterior. Os grampos são definitivos e imperceptíveis.Os dois procedimentos são bastante recentes no mundo. O mais antigo, UroLiftR, já conta com um estudo de acompanhamento de pacientes há cinco anos, com taxa de retratamento de 15%. Para o iTindR, em três anos, o retratamento de pacientes foi de 9%.Embora não sejam tratamentos definitivos, os métodos podem melhorar os sintomas urinários causados pelo crescimento da próstata por um bom tempo. “São indicados para pacientes com próstatas de até 75 gr. e com um score de sintomas urinários acima de 8, que é medido por meio de um questionário aplicado” esclarece Alberto Azoubel, urologista coordenador do Instituto da Próstata do Hospital Moriah.

Uso dos lasers

O tratamento mais recomendado atualmente para próstatas maiores é o laser. Os dois mais usados, HoLep e Greenlaser oferecem o tratamento efetivo e duradouro da doença e também são menos invasivos que a cirurgia (raspagem da próstata), com alta hospitalar em 24 horas e retorno mais rápido às atividades em relação à cirurgia.Segundo Dr. Alberto Azoubel, além de conter a doença, o homem segue com sua função sexual e o prazer sexual normais, apenas deixando de ejacular.

Doença que afeta 60% dos homens acima dos 50 anos

A HPB é muito comum e sua incidência aumenta com a idade. Os principais sintomas são a urgência para urinar, urinar com frequência acima do habitual, a sensação de não eliminação de toda urina a cada ida ao banheiro e o enfraquecimento do fluxo urinário.“Embora ser acordado pelo desejo de urinar seja comum, não conseguir voltar a dormir e ter uma noite toda sem precisar ir ao banheiro é um alerta para investigar a HPB, diz Azoubel. O paciente deve marcar uma consulta com um especialista para avaliação clínica e realização de exames como medida do fluxo urinário e ultrassonografia.


Compartilhe nas redes sociais

Você também poderá gostar de ler...

Urologista fala sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata

Urologista fala sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata

O quadro 'O Hospital Responde' convidou o Dr. João Manzano, urologista do Hospital Moriah, para falar sobre o câncer de…

Continue lendo

Quantidade de passos que damos por dia ajuda a prevenir doenças cardiovasculares

Quantidade de passos que damos por dia ajuda a prevenir doenças cardiovasculares

Um estudo recente concluiu que manter a contagem da quantidade de passos que damos por dia ajuda a prevenir doenças…

Continue lendo

Crianças estão mais altas e obesas, revela estudo da Fiocruz

Crianças estão mais altas e obesas, revela estudo da Fiocruz

Uma pesquisa realizada pela Fiocruz sobre as crianças brasileiras mostrou que elas estão mais altas e acima do peso. O…

Continue lendo