Com suspeita de hepatite viral, o jogador do Flamengo, David Luiz, foi substituído no intervalo do jogo contra o São Paulo, na noite de ontem no Morumbi, em São Paulo. O atleta sentiu mal estar e está sendo avaliado pela equipe médica do clube, que ainda não se manifestou sobre o assunto. Para entender melhor sobre o assunto, conversamos com especialistas que explicaram os principais sintomas e formas de prevenir as hepatites virais. Confira.

Entenda a hepatite viral

A hepatite é uma inflamação do fígado causada por alguns tipos de vírus, entre eles o A, B, C, D e E. Mas fatores externos como ingestão excessiva de álcool, drogas e medicamentos, alteração no sistema imune ou a gordura no fígado também podem levar a doença. A hepatite também pode se manifestar de forma aguda ou crônica e as mais comuns são os tipos A, B e C.

Sintomas

– Fadiga

– Cansaço

– Náusea

– Olhos amarelados

– Urina escura

Contudo, em muitos casos, o paciente pode não apresentar sintomas.

Quem tem hepatite viral pode se exercitar?

De acordo com Alexandre Cunha, médico infectologista do Grupo Sabin, os pacientes podem, e não há restrição. “Mas, dependendo do nível de inflamação do fígado, a pessoa se sente muito fadigada e não consegue render”, conta. Contudo, a hepatologista Nilma Ruffeil destaca que atividades físicas muito intensas, como a de David Luiz não são recomendadas. “O repouso não é obrigatório, mas é importante para acelerar a recuperação”, conta.

Tem cura?

Nos casos agudos, a maioria das hepatites virais evolui muito bem e passa espontaneamente. Não existe um medicamento específico para tratar os vírus da hepatite nos casos agudos, mas o tratamento foca em aliviar os sintomas. Contudo, existem casos que podem virar crônicos, como os do tipo B e C. No caso da hepatite C tem cura, com medicamentos disponíveis, mas no caso do tipo B apenas é possível o controle da doença. Em casos raros, a hepatite viral pode evoluir para transplante de fígado.

Vacinas podem prevenir a hepatite viral

Atualmente, estão disponíveis vacinas contra a hepatite A e B no SUS. A imunização é uma das formas mais seguras e eficazes de prevenir a doença. Crianças acima de 15 meses até 5 anos incompletos podem ter acesso a vacina contra a hepatite A no SUS, mas no serviço privado a imunização está disponível para crianças acima dos 12 meses de idade, adolescentes e adultos. Para este tipo são duas doses com intervalo de seis meses. Já a vacina contra o tipo B é feita em três doses, com intervalo de 30 dias da primeira para a segunda e 180 dias da primeira para a terceira. Recém-nascidos podem receber a vacina e adultos também.

Como é feito o diagnóstico?

A suspeita do diagnóstico é feita a partir dos sintomas do paciente, mas testes complementares ajudam na confirmação do caso. “O médico pode solicitar exame de sangue para checar a as aminotransferases e as bilirrubinas, que geralmente estão elevados em quem tem a doença”, conta a hepatologista. Além disso, também através do exame de sangue é possível identificar o tipo de vírus.

Entenda os tipos de hepatite

Hepatite A

Causada pelo vírus VHA, a doença é transmitida, na maioria dos casos, via fecal-oral, usualmente, de pessoa para pessoa ou por meio de alimentos contaminados com o vírus. Além disso, em grande parte, a infeção evolui sem grandes complicações e sem problemas hepáticos.

Hepatite B

Causada pelo vírus VHB, a infeção é viral e pode evoluir para a forma aguda ou crônica. O vírus é transmitido de pessoa para pessoa por meio de fluidos corporais, da mãe para o bebê durante a gestação, por meio de relações sexuais sem proteção ou compartilhamento de material contaminado. Neste caso, não há cura, mas são recomendados tratamentos com antivirais para manter a carga do vírus negativa. Além disso, existe a vacina, em três doses, que protege contra a doença.

Hepatite C

Causada pelo vírus VHC, a transmissão se dá por meio do contato sangue de pessoas infetadas, principalmente em situações de compartilhamento de seringas, agulhas, escovas de dentes, máquinas de barbear e objetos cortantes, além de transfusões de sangue. A infecção pode também ocorrer por via sexual, mas o percentual de casos é menor.

A maioria dos pacientes, cerca de 80%, não apresenta sintomas e, geralmente, é descoberta na sua fase crônica. O tratamento varia de acordo com o grau de lesão do fígado, mas a doença tem cura. Por isso, a testagem é tão importante e pode ser feita de forma gratuita em qualquer unidade de saúde.

Hepatite D

Causada pelo vírus VHD ou Delta, este tipo de hepatite é menos frequente e a transmissão é por via sexual, compartilhamento de material contaminado como seringas, agulhas, lâminas de barbear, escovas de dente, entre outros objetos. Por enquanto, não há vacina disponível, no entanto, pacientes vacinados para VHB, da hepatite B, não desenvolvem essa infeção.

Hepatite E

Causada pelo vírus VHE, a doença é menos frequente e tem infecção sem sintomas, além de não evoluir para quadros crônicos (exceção em casos de pacientes imunodeprimidos). O vírus é transmitido, na maioria dos casos, por água contaminada e em locais com saneamento básico precário. Além disso, a infecção, geralmente, tem curta duração. Pacientes que precisam de acompanhamento e internação são tratados com antiviral.

Fontes: Nilma Ruffeil, hepatologista do Hospital Moriah, em matéria de Beatriz Libonati, do portal Vitat, publicada em 25 de agosto de 2022. Link para acesso: https://vitat.com.br/hepatite-viral/


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